No mês de outubro o mundo todo se veste de rosa para lembrar sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama. O Consórcio Intermunicipal de Saúde dos Campos Gerais (CimSaúde) se junta a este movimento e destaca como suas pacientes podem se prevenir para evitar a doença e diminuir os casos de mortalidade. “A prevenção consiste em modificar os fatores de risco ambientais e o estilo de vida que promovem o câncer, reduzindo a mortalidade ou até mesmo impedindo o aparecimento do tumor”, explica a médica ginecologista do Consórcio, Keilla Lima. Para ela, o mês de outubro foi escolhido para lembrarmos da importância dos cuidados com a saúde da mulher, “mas independente do mês, a mulher deve se habituar a realizar exames regularmente”.
Para destacar os cuidados de prevenção, o CimSaúde está, neste mês de outubro, realizando orientações as pacientes. “Em nossa sala de espera passamos vídeos educativos e preventivos sobre a importância do auto exame, da mamomografia e do Papanicolau, que é o exame preventivo do câncer de colo do útero”, conta a diretora do Consórcio, Pâmella Costa.
Conforme a ginecologista, cerca de 50% dos cânceres são evitáveis com a prevenção. “Para reduzir o risco, precisamos manter bons hábitos de vida, cuidando da alimentação, estresse, sono, intestino, praticando atividades físicas e evitando o cigarro e o álcool”, aponta. Hábitos mais saudáveis poderiam até diminuir as estatísticas do câncer de mama, que hoje é a neoplasia maligna mais comum entre as mulheres no mundo, com exceção do câncer de pele não melanoma. “No Brasil, está em 2° lugar, sendo responsável por 28% dos casos novos a cada ano. Em nosso país, uma em cada doze mulheres desenvolverá câncer de mama ao longo da vida”, enumera a ginecologista.
A prática regular de atividade física e a amamentação aparecem como fatores de proteção para o câncer de mama. “É importante lembrar que uma alimentação saudável - com alimentos não processados, maior ingestão de ômega 3, frutas, verduras, peixes e azeite de oliva -, pode resultar em menor risco de câncer”, esclarece a médica, recomendando ainda evitar alimentos com alto índice glicêmico e limitando o uso de açúcar. “Com isso previne-se a obesidade, diabetes, hipertensão, doença cardíaca, acidente vascular cerebral, inclusive a incidência de câncer”, acrescenta.
Mas o aparecimento ou não do câncer de mama não depende somente da alteração de hábitos. Conforme Keilla, há outros fatores de risco, como a herança genética e excesso de peso na pós-menopausa, por exemplo. “A herança genética, isto é, a história familiar positiva, é o principal fator de risco”, aponta a médica, destacando que o câncer de mama está relacionado com a pele branca e nas situações em que há aumento da exposição a estrógenos, como menarca precoce (primeira menstruação), menopausa tardia, idade avançada da primeira gestação e nuliparidade (mulheres que não tiveram filhos). Já na pós-menopausa, o excesso de peso é considerado fator de risco, sendo a obesidade associada a maior mortalidade.
Além dos hábitos saudáveis, recomenda-se acompanhamento médico frequente para que o câncer de mama possa ser detectado logo no início, caso apareça. “Para o rastreamento, a recomendação da Sociedade Brasileira de Mastologia, Cirurgia Oncológica e Radiologia é a realização de mamografia anualmente, dos 40 aos 75 anos de idade, na tentativa de fazer o diagnóstico precoce, possibilitando o tratamento mais efetivo e com maior redução na taxa de mortalidade”, explica Keilla, lembrando que a mamografia é o melhor método de rastreamento disponível no momento. “Mas pode apresentar falsos positivos e falsos negativos, falha inerente ao método”, esclarece.
De acordo com a profissional do Consórcio, a ultrassonografia da mama também pode ser utilizada, mas não com a intenção de rastreamento pois não substitui a mamografia. “Ela pode ser necessária para sua complementação, avaliando mamas densas ou definindo a natureza cística ou sólida de nódulos palpáveis”, aponta. A ressonância magnética das mamas, é menos comum, mas também pode ser solicitada “porém em casos específicos”.
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A médica ginecologista Keilla Lima indica ações para a prevenção[/caption]
Auto-exame
Independente do acompanhamento médico e dos exames solicitados, a médica destaca a importância do auto-exame das mamas. “É muito importante que toda mulher inclua o auto-exame na sua rotina, para que ela conheça o seu corpo, familiarize-se com os aspectos normais e identifique precocemente eventuais alterações”, orienta.
O auto-exame deve ser realizado pela própria paciente, uma vez ao mês e consiste nas medidas de palpação das mamas. “Caso ela perceba algum nódulo, deve conversar com o médico ginecologista, profissional qualificado para a realização do exame clínico das mamas e solicitação de exames complementares, se necessário”, explica Keilla